20 Março 2014
O Tubby, aplicativo desenvolvido em resposta ao Lulu, para que, desta vez, os homens avaliem a performance das mulheres, está em contagem regressiva para o lançamento. Faltam pouco mais de 12 horas, segundo o site oficial. Mas é possível que isso não aconteça. O juiz Rinaldo Kennedy Silva da 15ª Vara Criminal de Belo Horizonte (MG) emitiu uma liminar que proíbe o app de ser disponibilizado em todo o Brasil.
O juiz proibiu não só a equipe do aplicativo, como também o o Facebook, o Google Play e a iTunes App Store de permitir a veiculação do aplicativo. Caso haja descumprimento da ordem, os infratores deverão pagar uma multa diária de R$10 mil.
A decisão foi motivada por um pedido de medida cautelar feito pelos coletivos Frente de Mulheres das Brigadas Populares de Minas Gerais, Margarida Alves, Movimento Graal no Brasil, Marcha Mundial das Mulheres, Movimento Mulheres em Luta, Marcha das Vadias e Coletivo Mineiro Popular Anarquista (Compa). Os grupos se basearam na Lei Maria da Penha e argumentaram que o Tubby promove a violência contra a mulher.
Tubby tem a proposta de ajudar homens a avaliarem anonimamente as mulheres
O Tubby tem o mesmo princípio do Lulu: todas as mulheres com perfis no Facebook ficam automaticamente disponíveis no app para avaliação e acesso exclusivo dos homens, que podem definir para cada uma hashtags que descrevem sua performance. Como o aplicativo ainda não foi lançado, não há como saber se ele realmente será ofensivo ou não. Mas tendo em vista a prévia exibida em imagem no site oficial, aparentemente ele é mais focado no desempenho sexual do que o Lulu, com tags como “engoletudo” e “curtetapas”.
Para o juiz, “há também fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, uma vez que depois de ofendida a honra de uma mulher por intermédio do mencionado aplicativo, não haverá como repará-la.” Assim como o Lulu, o Tubby permite que as mulheres retirem seu perfil do serviço, opção que foi disponibilizada ao longo dos últimos dias, antes mesmo da chegada do aplicativo. No entanto, agora, não existe mais essa possibilidade.
O Lulu também corre o mesmo risco. O aplicativo é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público do Distrito Federal, sob acusação é de que "evidencia ofensa a direitos existenciais de consumidores, particularmente à honra e à privacidade". [G1]
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